A história da vida não tem título
Viveu pequenas histórias, de pequenas interrupções, eram como pausas em vírgula, as vezes dava tempo de respirar fundo e retomar a mesma linha de raciocínio, outras vezes parecia ter aportado em um novo texto. Um dia a pausa se fez longa, o intervalo poderia ser uma luz, uma porta aberta para o mundo desconhecido e tantas possibilidades de redenção; teve medo, lembrou de sensações que não desejava reviver e finalizou o ato com um ponto final. Respirou fundo! Sentiu a liberdade do próximo passo, o receio de errar, e mesmo assim seguiu em frente. Pulou duas linhas e iniciou um novo parágrafo, nada escreveu, apenas deixou a sentença aberta feito as possibilidades que poderiam surgir. Passou a observar o colorido a sua volta, sentiu que o cérebro recebia oxigênio suficiente para que as suas ideias pudessem fluir e seu primeiro registro foi exatamente a definição da vida que deixou para trás: - O aparvalhamento, um processo de auto anulação, em geral iniciado na desatenção a si própria, abrindo cotidianamente mão da opinião e entendimento de coisas e situações, seja por constante situação de repressão, crítica de caráter negativa e julgamento de ações e atitudes que ao longo do tempo depreciam largamente o seu modo de compreensão do mundo, fazendo acreditar ser incompetente e totalmente dependente de outro para realização de toda e qualquer ação; e seguiu em frente. Renata Rimet
Enviado por Renata Rimet em 12/12/2018
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